quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Do contrário que se espera, BRT pode estimular uso do automóvel

Colocar uma fórmula pronta e pronto (trocadilho?) em qualquer cidade é bom porque reduz custos e tempo, mas acima de tudo porque economiza esforço e discernimento. 

O BRT tem todas as vantagens de uma fórmula pronta e mais uma: a beleza. É um sistema visivelmente bonito, maravilhoso que fascina a todos e enchem os olhos de pura beleza.

Mas uma coisa que ninguém reparou é que, do contrário que quase todos acreditam, o BRT pode estimular ainda mais o uso dos automóveis, sendo um modelo inadequado para a maioria das cidades. Se esse problema já acontece em Curitiba, onde houve aumento de uso nos automóveis nos últimos anos, que nem a renovação brutal de frota de articulados conseguiu impedir.

O problema do BRT é que, por ser grande demais, ele não passa em todas as ruas. nem os alimentadores, menores, passam, pois as prefeituras entendem que colocar todos os ônibus para rodar em ruas reservadas para isso é o melhor. E como isso estimula o uso dos automóveis?

Simples. Porque com o automóvel, o cidadão pode se deslocar diretamente para as ruas desejadas, sem ter o esforço inútil de andar léguas a pé de um ponto de ônibus - o mais próximo, porém bem distante - ao lugar desejado. Além disso, espalhando os ônibus de linhas diferentes em ruas diferentes ajuda muito na fluidez do trânsito. Antigamente, pontos e itinerários eram em lugares bem diferentes para cada linha, fazendo com que quase todos os quarteirões importantes dos grandes centros tivessem acesso direto através de transporte coletivo.

As pessoas precisam usar melhor o discernimento e repensar o transporte ao invés de implantar fórmulas prontas que funcionam mesmo só na aparência. O cidadão não quer transporte bonito e sim um trânsito organizado que garanta ir ao destino desejado, andando cada vez menos até ele.

Enquanto isso, o cidadão vai tentando garantir seu direito de ir e vir com o seu automóvel, preferindo encarar os engarrafamentos que as autoridades se negam a evitar e combater.

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