terça-feira, 19 de abril de 2011

Eduardo Paes quer demolir paraíso ambiental para colocar BRT no lugar

Eu me lembro de um episódio do desenho do Pica-pau (Woody Woodpecker) em que ele faz de tudo para impedir um operário de demolir a árvore onde mora. O tal operário sempre falava em "progresso" (interessante que para todo tecnocrata, o "progresso" sempre está acima da qualidade de vida - ou está sempre tem que depender desse "progresso") e queria derrubar a árvore de qualquer jeito. Depois de muitas cômicas tentativas de impedir a derrubada da árvore, no final do episódio, a opção foi colocar um viaduto em cima da árvore. Nesta o Pica-pau venceu a batalha.

Mas os pica-paus que vivem no Condomínio Bosque Paradiso, na Taquara, não terão a mesma sorte. O condomínio, criado há poucos anos, é um misto de conjunto residencial com reserva ambiental, com aprovação de especialistas em meio ambiente, será derrubado para dar lugar a uma das vias por onde passarão o festejado BRT que servirá como fachada para dizer ao mundo que o transporte do Rio "melhorou".

Os moradores foram pegos de surpresa pela decisão e prometem entrar na justiça para impedir isto. A obsessão de Paes em colocar o BRT passa por cima de qualquer noção de qualidade de vida, já que o projeto do BRT, além de desalojar os moradores, pode causar um acidente ambiental. Mas para tecnocratas como ele, "qualidade de vida é o BRT e não se fala mais nisso".

Na minha opinião, deveria ser escolhido outra área ou diminuído radicalmente o traçado. Jacarepaguá, região onde fica a Taquara, tem muitas áreas desocupadas que poderiam servir para o trajeto. Mas cá pra nós, ninguém pode colocar o BRT acima do bem estar das pessoas.

O BRT é o consumismo do transporte, um modismo que pode até melhorar alguma coisa mas que nunca pode ser visto como solução definitiva para o transporte. Até gosto do BRT mas não tenho o fanatismo da maioria dos busólogos, que veem o sistema surgido em Curitiba como uma panacéia, quando na verdade é um paliativo. E as outras linhas que não fazem parte do BRT, continuarão sendo servidas de modo ruim?

Me solidarizo com os moradores do Condomínio Bosque Paradiso. Um lugar que coloca em prática qualidade de vida aos seus moradores, não pode acabar para dar lugar a um modismo que traz qualidade de vida só no rótulo. Se for para cancelar essa linha de BRT é até melhor. Fazer os moradores do Bosque Paradiso sofrerem é algo inaceitável.

Tecnologia é bem vinda. Mas quando ela se torna nociva, é melhor abrir mão dela. Preservar o bem estar de seres humanos é muito mais importante que qualquer coisa. E nenhuma merreca paga com indenização tem as condições de devolver o bem estar aos moradores deste belo condomínio.

Mais uma para a coleção de trapalhadas do Senhor Paes. Ninguém aguenta mais ele e sua equipe de tecnocratas fanáticos e insensíveis.

domingo, 3 de abril de 2011

Porque nunca vou aos encontros de busólogos

Muitos busólogos devem estranhar nunca terem me visto presente em algum encontro. Alguns devem até pensar que eu sou fake ou mau-caráter. Não sou. Aliás, o fato de eu não ser já é mais um motivo para eu não ir a esses encontros.

Não vou, por falta de confiança. Sim, não confio em grande parte dos busólogos. Sei que existe muita polêmica entre eles e que a boa parte é composta de pessoas que nunca conseguem entender pontos de vista diferentes do seu. Pior, muitos nunca admitem que estão errados quando realmente estão. O que era para ser um divertimento se tornou motivo de arrogância entre a maior parte.

Já me envolvi em vários episódios desagradáveis com busólogos teimosos. Vou poupar o nome deles - até porque temo pela minha vida: não está escrito na testa deles o que eles são capazes de fazer comigo - , mas muitos possuem grande visibilidade e muitos amigos que podem defendê-los, mesmo sabendo que os busólogos encrenqueiros são gente de índole duvidosa.

Mas existe também o lado bom da busologia. Tenho vários amigos nesse hobby, que realmente demonstraram serem pessoas de bem: Leonardo Ivo, Marcelo Pierre, Zé "Zebuss" Ricardo, Saulo Scoponi, Vitor Hugo Pereira e vários baianos, além de alguns no RJ que no momento eu não me lembro. Se apenas esses fossem, teria o maior prazer de ir aos encontros.

Mas muitos, não todos: é bom dizer - na ânsia de transformar o hobby em negócio e de promover a sua auto-estima às custas dele, acabam por gerar encrencas com vários outros busólogos - essas coisas não acontecem só comigo - e manchando a sua imagem, apesar de não diminuir e muitos menos eliminar a arrogância. A teimosia é o maior obstáculo para o aprendizado.

Portanto, peço desculpas por nunca ter participado de qualquer encontro e digo que não participarei. Não confio na maior parte dos busólogos e sobretudo em quem já se confirmou ser de má índole. Lamento muito que estes de má índole ainda conseguem manter muitos amigos, que não possuem boa noção do que é moral e bons modos (a noção de moral que eles têm deve vir dos hipnotizantes aparelhos de TV, pensando deste modo: "maltratou todo mundo, mas não me maltratou, é meu amigo") e poder na busologia.

Não sou arrogante. Sou uma pessoa pacata, que não gosta de noitadas, bagunça, barulho e faço de tudo para não me meter em encrencas. Brigo só quando me atacam, para me defender e mesmo assim, sem gostar disso. Não bebo, não fumo, e a minha droga mais pesada é doce de leite, meu único vício. Pago sempre as contas em dia e procuro sempre cuidar bem dos objetos que me emprestam ou me alugam. Sou daqueles que acreditam que a felicidade está nas coisas mais simples. Posso até ser rotulado de carola, careta, idiota, mas é assim que me sinto bem.

Pois nunca trago problemas graves para mim e felizmente não tenho dívidas de quaisquer tipos. Sou um cara altruísta e pronto para ajudar quem for, quando necessário.

Portanto, entendam minha posição, me respeitem e façam das suas vidas o que melhor entenderem.