quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Hipocrisia querer identificação de autores de fotos e não de empresas

Está havendo no Ônibus Brasil uma campanha para respeitar a autoria das fotos. Até aí concordo plenamente, pois nós que fotografamos os ônibus conhecemos as dificuldades desta atividade ainda mal compreendida e proibida em algumas situações.

Mas muitos busólogos que reivindicam o respeito aos créditos demonstram uma verdadeira hipocrisia, pois toleram e até aprovam a não-identificação de empresas que virou moda desde que Eduardo Paes, atendendo exigências de um projeto de Jaime Lerner, inventor da pintura padronizada, colocou mais de 50 empresas em uma só pintura confusa.

Mal sabem estes busólogos que os cidadãos tem condições de mudar isso, desde que se unam e se manifestem maciçamente. Mas a classe dos busólogos não é unida e a implantação da pintura padronizada gerou muitas divergências e inimizades, já que para uma boa quantidade de busólogos, a pintura padronizada se tornou uma oportunidade de se aliar com o poder público de olho de vantagens financeiras e/ou apenas profissionais.

É uma hipocrisia semelhante ao das autoridades quando estas impõem a identificação de beneficiários dos cartões eletrônicos e das gratuidades nos ônibus. Porque todos devem se identificar, menos as empresas licitadas? É muita hipocrisia, tanto dessas autoridades quanto de busólogos.

Aí vem os busólogos pedirem que seja respeitados os créditos de autoria, sem respeitar a identidade das empresas. Vejo nisso uma contradição. Mas como brasileiros gostam de contradições, nada será feito para mudar isso. Temos que aceitar a hipocrisia cometida por aqueles que não se consideram hipócritas. Tem sido assim, assim será.

Mas que é chato ver pessoas defendendo uma coisa em uma situação para condenar a mesma coisa em outra situação, é chato, sim!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Busólogos defensores da pintura padronizada lançam igreja


Por Serafim Costa Larga - Extraído do Expobesta

Busólogos que defendem a pintura padronizada nos ônibus e acreditam que botar uma mesma pintura para diferentes empresas de ônibus irá gerar o "milagre da mobilidade urbana", fundaram sua igreja.

Eles, que como Busólogos Apostólicos Romanos, perseguiam medievalmente os que eram contra a pintura padronizada, definindo-os como "viúvas de latas de tinta", agora estão à frente da Igreja da Devoção ao São Carimbo.

Os devotos de São Carimbo acreditam que um logotipo de prefeitura ou governo do Estado irão trazer melhorias em dimensões divinas para o transporte coletivo, com diferentes empresas de ônibus usando a batina, quer dizer, a pintura padronizada vigente na paróquia, quer dizer, na cidade ou na região metropolitana correspondente.

Com isso, vem as "beatas de São Carimbo", rezando com suas velas acesas para que a pintura padronizada traga, milagrosamente e sob as bênçãos do Deus BRT e do divino mensageiro Jaime Lerner, ônibus de comprimento longo, ar condicionado e chassis de marcas suecas. Não necessariamente nesta ordem, mas de preferência com tudo junto.

Aleluia!