quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O BRT chegou! Ele é lindo, grande, maravilhoso... mas e daí?



Finalmente chegou o ultra-desejado e ansiosamente aguardado BRT do Rio de Janeiro. Para a surpresa de todos, quem trouxe foi a empresa Transportes América, que, pelo que se sabe, não serve as áreas das vias expressas que serão inauguradas primeiro.

Todos, inclusive eu, ficaram felizes com a aquisição (apesar de eu não ter gostado muito da pintura, independente dela ser padronizada ou não).

Mas agora o ponto que, pelo que parece, não interessa aos busólogos em geral, muito mais preocupados com a imponência do veículo do que com o seu serviço: esse BRT vai realmente melhorar a mobilidade urbana no RJ?

Houve uma pesquisa que colocou o RJ no primeiro lugar em qualidade na mobilidade urbana. Se referir a quantidade de carros por linha, causando uma redução no intervalo entre os carros na linha, até concordo. Mas se analisar outros aspectos, fica a suspeita de que a escolha foi comprada.

Para quem entende de mobilidade, e eu não sou entendido, embora seja menos passional em relação a isso, o BRT sozinho não resolve nada. Como havia falado em outra oportunidade, o BRT só melhora o BRT. Se não houver um planejamento das linhas e não desglamourizar o automóvel (ainda é forte a crença no status de um automóvel), favorecendo a redução dos mesmos no trânsito, além de parar com essa mania de fechar ruas, criando calçadões gigantescos para forçar idosos e deficientes a andarem mais, o BRT será apenas um engodo lindo de se ver, mas nada eficiente nem eficaz para a melhoria da mobilidade no lugar onde ele for instalada.

E vamos parar de deslumbramento e passar a pensar em melhorias reais. Pois melhorias fictícias, baseadas em crenças não verificadas, é coisa de conto de fadas, de gente que fica acreditando no que não existe.

Aviso a quem gostou do BRT: beleza não põe mesa. Como diz a velha sabedoria.