quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Busologia Carneirinho

Pelo jeito, agora que a padronização visual se estabilizou na capital fluminense, trazendo na mochila um festival de erros, pode se dizer que aquilo que eu acreditava ser o verdadeiro objetivo da padronização visual se confirmou: mascarar os erros e dificultar a identificação das empresas. Os erros do novo sistema não param de acontecer e estão deixando os usuários furiosos. E pelo jeito, apenas os usuários.

Aos poucos a maioria dos busólogos vai criando afeto pelo novo sistema, que tem a fachada de "muderno" e só agrada a quem não utiliza o transporte coletivo. Há até a proibição de xingar prefeito e secretário de transportes, o que leva a crer que além de verem o sistema de longe (aterro sanitário, cheio de cores, é até bonito visto de longe), sem utilizar, os busólogos devem estar de olho em algum cargo de confiança bancado pelo prefeito e seu secretário. Coisa feia.

Há alguns busólogos, que como eu, Alexandre Figueiredo, Leonardo Ivo, Marcelo Pierre, e outros poucos, ainda se mantém irredutíveis contra o novo sistema que pelo jeito surgiu para mudar o time que estava ganhando e estragar a jogada do novo time formado. Mas a maioria dos busólogos, aos poucos aplaude o novo sistema alegremente e ainda exige respeito.

Como vou respeitar quem não respeita o usuário? Devo aceitar os erros como estão? Algum desses busólogos-carneirinhos deveria repor o meu dinheiro gasto com um ônibus pego por engano, graças a essa padronização ridícula.

Os defensores do novo sistema falam que os detratores da padronização "só enxergam os aspectos estéticos". Mas as falhas do novo sistema e a inclusão das empresas reprovadas, disfarçadas com novos nomes mostram que padronizar a pintura é uma ótima forma de mostrar que as coisas vão bem nas aparências, quando a realidade mostra que na verdade está o oposto.

Mas como a maioria desses busólogos - espertamente - não anda de ônibus (veículo que , na opinião de vários deles, só serve para admirar), não estão nem aí para as falhas. Quem paga por isso é o usuário, já que os mais indefesos é que ficam com a pior fatia do bolo.

Os busólogos devem estar pensando em dois provérbios: "pimenta nos olhos dos outros é refresco" e "farinha pouca, meu pirão primeiro".

Teremos muitos candidatos a novo secretário de transportes para os próximos anos...