sexta-feira, 22 de junho de 2012

Busólogos continuam a defender a Trans1000. Enquanto isso, usuários ainda sofrem com a empresa

Parece que o bom senso ainda não faz parte de boa parte dos busólogos cariocas. Estes ainda continuam a defender a Trans1000, a pior empresa do Estado do RJ e que continua a rodar com carros mal conservados, participação frequente em acidentes, e cheios de irregularidades, tanto em seu funcionamento como em sua má administração. 

A Trans1000 não é uma empresa em crise que mereça ser tratada como "coitadinha" (como é vista pelos seus defensores) e sim uma empresa mal administrada, cheia de dívidas e que só consegue se manter em atividade graças a subornos e mais subornos e de acordos com políticos que fecham os olhos ao festival de irregularidades. A maneira com que la mostra os seus erros, tá na cara que ela é mal administrada.

Os busólogos que elogiam a empresa não são usuários da mesma, por possuírem automóveis (para estes, ônibus é somente para admirar) ou por simplesmente não viverem nas áreas servidas pela empresa. Além disso, eles demonstram desprezo toral pelo bem estar de usuário e até de funcionários da empresa, que sofrem durante as viagens nada relaxantes.

Busólogos elogiam, Usuários reclamam - Enquanto busólogos elogiam e defendem a empresa, passageiros que são obrigados a viajar nos carros da Trans1000 não param de reclamar em fóruns e em espaços de comentários em sites. Muitos são taxativos em pedir a extinção da Trans1000. 

Eu estou com os usuários, até porque cheguei a ser um. Por pouco não morri em duas oportunidades, pois os veículos da empresa correm muito, com pneus carecas e péssima conservação da carroceria.

Seria muito bom ver a empresa, que não tem nenhuma chance de recuperação, ser extinta. Muitos busólogos defensores tentaram inventar boatos que sugeriam de uma forma ou de outra, a recuperação da empresa que eles tanto amam - sem utilizá-la. Uma empresa na UTI do transporte carioca, sem chance de sobrevivência sadia.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

José Serra ataca o que defendem os maiores especialistas do mundo

COMENTÁRIO DESTE BLOGUE: É melhor nem comentar. Mais um motivo para desdenharmos o ídolo-mor das elites que pensam que são donas da sociedade.


José Serra contraria o que dizem os mais renomados estudos sobre transportes
 
Por Flávio Massayoshi Oota - Agência Brasil.

Pré- Candidato à Prefeitura de São Paulo, pelo PSDB, José Serra, disse que mais linhas de ônibus vão engarrafar a cidade, mas não critica o excesso de veículos de passeio nas ruas que, ocupam 90% das vias, mas só transportam 30% das pessoas. Metrô é uma das soluções para a mobilidade, adequada para as grandes demandas, mas não é a única. No entanto, o marketing político, tem feito um endeusamento do sistema de trilhos que prejudica as discussões sobre o ir e vir dos cidadãos.

José Serra ataca o que defendem os maiores especialistas do mundo

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, José Serra, diz que linhas de ônibus vão engarrafar cidades, mas não critica aumento da frota de veículos particulares.

“Em São Paulo, mais linhas de ônibus só vão engarrafar a cidade”. A frase, que não poderia estar mais equivocada, foi dita pelo ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), em um debate com a deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B). Os dois são candidatos às prefeituras de São Paulo e Porto Alegre, respectivamente. O debate teve como foco o livro “O Triunfo das Cidades”, do economista Edward Glaeser, e aconteceu no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
Sobre a colocação do candidato tucano, vamos examinar alguns dados:
São Paulo possui 17 mil quilômetros de vias (ruas e avenidas). A frota de automóveis registrados na cidade está em torno dos 7 milhões e estima-se que cada carro transporte, em média, 1,2 pessoas (66% circulam apenas com o motorista). Por conta disso, segundo o engenheiro de tráfego Horácio Figueira, 90% das vias são ocupadas por carros.

Mas se analisarmos a divisão modal da cidade, vemos que das 38 mil viagens diárias feitas em São Paulo, perto de 14 mil são feitas em transportes coletivos, 11.500 mil em carros individuais e 12.500 de forma não motorizada (como de bicicleta e caminhando). (Os valores estão arredondados). Isso significa que os 90% das vias ocupadas por carros estão sendo usados para transportar mais ou menos um terço das pessoas.
Há uma imagem que ajuda a visualizar isso. Talvez você conheça a versão alemã dessa foto abaixo, mas essa projeção foi feita pela prefeitura de São Paulo para ilustrar que são necessários 127 carros para transportar 190 passageiros. Esses mesmos 190 passageiros poderiam estar em dois ônibus ou em um biarticulado, e ocupariam muito menos espaço.
mobilidade urbana

Montagem baseada em campanha publicitária na Europa que mostra a ocupação inteligente do espaço urbano pelo transportes coletivos dá a noção exata de que a declaração de José Serra além de ter sido infeliz foi errada. Um ônibus pode substituir vários veículos de passeio que realmente engarrafam a cidade. Foto: Montagem – Prefeitura de São Paulo

Diante disso, acho que fica claro que o que congestiona as ruas de São Paulo é o excesso de veículos individuais. Mas Serra não estava atacando o transporte público em si. O que ele defende é que as vias da cidade já estão saturadas e mais ônibus só vão piorar o trânsito. Para ele, o investimento em transportes públicos deve ser concentrado em transporte sobre trilhos. Mas ele se esquece que nem sempre é possível levar trilhos para todas as partes da cidade. 

Serra criticou as linhas de ônibus, mas não a grande quantidade de carros de passeio.

Aí entram mais alguns dados do engenheiro Horácio Figueira: Tomando uma avenida média de São Paulo como exemplo, a av. Brasil, os gastos necessários para criar um corredor de ônibus na faixa da direita giram em torno de R$ 500 mil. Se fosse uma faixa à esquerda, sem interrupção pelo tráfego de carros, o valor subiria para R$ 10 milhões. Agora, se o investimento fosse feito para colocar em prática uma linha de metrô, o montante bateria os R$ 200 milhões. Por dia, as linhas de ônibus transportariam de 3 a 4 milhões, enquanto a linha de metrô daria vazão a 850 mil pessoas neste trecho. Transporte sobre trilhos é pelo menos 10 vezes mais caro do que uma faixa de ônibus e transporta 4 vezes menos gente, segundo Horácio Figueira. Um bom exemplo é Londres, onde os 1.500 quilômetros de metrô transportam metade dos passageiros de ônibus.

Veja, não se trata aqui de escolher entre um ou outro, mas de priorizar o que for mais adequado a cada situação.

O urbanista do Gehl Architects, Jeff Risom, defende que, do ponto de vista da mobilidade, a boa cidade é a que possui mais opções. “É a cidade que me oferece uma gama diferente de meios de locomoção para que eu possa escolher o que melhor atende minhas necessidades naquele dia”. O diretor do departamento de mobilidade da prefeitura de Amsterdam, Fokko Kuik, partilha dessa opinião. “Cada meio de transporte atende a uma necessidade específica”, explica. Na capital holandesa, as vias são divididas em 5 tipos diferentes, algumas só para pedestres, algumas para bicicletas e trens, outras para carros e ônibus, etc.
Em Londres, o pesquisador Yves Cabannes, da University College of London, é um defensor de políticas públicas que inibam o uso de carros e incentivem maneiras “mais inteligentes” de se locomover. “Sistemas de carros compartilhados e políticas públicas como proibir estacionamento em locais públicos ou aplicar pedágio urbano em áreas do centro expandido são passos inevitáveis para sanar o congestionamento de cidades como São Paulo”, disse ele.

Serra discorda. Para ele, o prefeito que tentar implantar pedágio urbano em São Paulo vai sofrer um impeachment.

Esse não é um blog partidário. Minha intenção não é influenciar seu voto com base em declarações ditas durante um debate. O foco aqui é debater planejamento urbano, e, principalmente, combater ideias velhas.

Por Flávio Massayoshi Oota, do Planeta Sustentável, extraído do Blog The City Fix Brasil, postagem de Maria Fernanda Cavalcanti

terça-feira, 5 de junho de 2012

PA: BRT pode levar a demissões de rodoviários em Belém

COMENTÁRIO DESTE BLOGUE: O BRT é vendido como um sistema de transporte perfeito e infalível, o que não é verdade. Além de só resolver alguns problemas de mobilidade - eu disse, alguns - ele traz desvantagens, como por exemplo, a obrigação do usuário de ter que andar muito, entre seu local de destino /origem para uma estação de BRT, já que o exagerado tamanho do veículo e o fato de só andar em vias exclusivas, impede esse tipo de veículo de circular por qualquer rua. 

Pelo jeito não são somente os usuários que terão que encarar as limitações do BRT :como em toda medida capitalista, o fantasma do desemprego sempre aparece.

Em Belo Horizonte, o alerta já foi dado. Agora é em Belém que o fantasma do desemprego começa a assombrar os pobres rodoviários.

BRT: um transporte do "futuro" com mentalidade do passado.

PA: BRT pode levar a demissões de rodoviários em Belém

Postado por Fortalbus às 00:02

Dados cerca de 1.200 ônibus que rodam hoje fazendo linhas com trajetos que passam por Augusto Montenegro, Almirante Barroso, São Brás e Presidente Vargas, a previsão é de que aproximadamente 70% deixem de circular após a implementação do Bus Rapid Transit em Belém. É o que confirma Paulo Serra, diretor de transportes da CTBel (Companhia de Transportes de Belém), sobre mais um dos vários detalhes em que implicam o mais polêmico projeto de mobilidade urbana da história da região metropolitana.

Segundo o diretor de transportes da CTBel, ao ser concluída toda a extensão do BRT, os únicos coletivos que deverão passar a circular pela avenida Almirante Barroso são de linhas que fazem trajetos para bairros periféricos nas margens da cidade, como Jurunas ou Guamá, ou que têm rotas que não podem ser desviadas, como os que passam pela avenida Cipriano Santos, por exemplo.

A expectativa da companhia é de que as 186 linhas de ônibus que existem atualmente na capital paraense sejam reduzidas para cerca de 115. Hoje, existem aproximadamente 9.000 trabalhadores, entre cobradores e motoristas de ônibus, apenas em Belém, divididos entre as 33 empresas de transporte. “Não compete aos empresários. Compete ao município compor melhorias na construção do novo serviço que vai atender à população”, justifica Serra, lembrando que funcionários serão reaproveitados, mas demissões provavelmente serão inevitáveis.