quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Queremos sangue novo na busologia carioca

Comparando a busologia carioca com a busologia soteropolitana, ultimamente tenho notado uma evolução na segunda e uma decadência na primeira. Pensando bastante, acabei chegando a uma conclusão: a busologia soteropolitana se desenvolve graças a mentes novas que surgiram por lá.

Gente como Eduardo Lima, Daniel Brito, Rodrigo Vieira, Franz Hecher, Ícaro Chagas, Felipe Pessoa de Albuquerque e muitos outros, são bem mais novos que eu e têm levado novas ideias para a busologia da capital baiana, unindo a admiração pelos veículos coletivos a preocupação com a qualidade dos serviços oferecidos pelos mesmos, com direito a debates inteligentes e soluções coerentes com a realidade de Salvador. E os busólogos mais veteranos praticamente sumiram, já que pouco faziam para a busologia soteropolitana se desenvolver. Hoje o "sangue novo" faz a busologia soteropolitana acelerar a um milhão por hora.

E a busologia carioca? O que ela está fazendo para desenvolver o hobby na Região Metropolitana do Rio de Janeiro? Brigar, brigar e brigar, além de formar "panelinhas" (grupos unidos de maneira suspeita por interesses em comum), ofendendo - ou alegando estar sendo ofendidos - por causa de ideias contrárias. Muitas vezes quem está errado não quer admitir isso e prefere se fazer de "ofendido", pois admitir erro vai contra a postura arrogante do instinto humano.

Mas porque a busologia soteropolitana se evoluí enquanto a carioca se retrai? Talvez a resposta esteja na falta de "sangue novo" na busologia carioca. Ainda não apareceram novas caras com grande visibilidade e poder o bastante para enterrar a busologia velha.

Um fenômeno que acontece muito no Rio é o dos busólogos-estrelas. Eles fotografam novidades em garagens e postam em seus sites. São muito bem conhecidos e geralmente atraem muitos admiradores. Talvez a existência deles esteja dificultando o surgimento de novos busólogos, que enxerguem a busologia de uma nova forma.

Os atuais busólogos cariocas, além de brigarem entre si, ainda não estão totalmente esclarecidos sobre o que realmente significa serviço de qualidade para o passageiro. Enquanto os soteropolitanos já demonstram um comportamento realista em relação ao BRT, com debates constantes, os cariocas estão deslumbrados com as grandes minhocas de aço, se esquecendo de que a mobilidade urbana não é sinônimo e muito menos se resume a BRT. Sem melhorar o sistema como um todo, o BRT não passará de mera estética para os busólogos admirarem.

É preciso haver novos busólogos se destacando, colocando ideias novas na busologia carioca. A insistência em teimar com pontos de vista equivocados pode estar sendo a principal causa de brigas entre busólogos, já que quem está errado não quer admitir, preferindo acusar o outro de errado. Com isso a busologia carioca vai emperrando e nem adianta colocar ar condicionado em veículos ou instalar o "miraculoso" BRT para tentar melhorar as coisas.

Fico aqui torcendo por novos busólogos que possam colocar a busologia carioca para rodar para a frente. Do jeito que está, o ônibus dos busólogos tradicionais continua emperrado, sem perspectiva de sair do lugar onde está.

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